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terça-feira, 6 de abril de 2010

A nossa sala

O Cenário Pedagógico - Modos de organização e desenvolvimento curricular
A organização da sala, à frente descrita, permite o trabalho integrador que se pretende para as aprendizagens no 1º ciclo do ensino básico. Os espaços criados e a disposição dos instrumentos didácticos facilitam a gestão diversificada do currículo, permitindo às crianças e em determinados momentos, uma certa autonomia na realização das tarefas.
As mesas da sala estão organizadas em quatro grupos de trabalho, para que o trabalho em cooperação funcione de uma forma mais eficaz e para que as crianças circulem com mais facilidade, principalmente, em momentos de diferenciação do trabalho.
Como as crianças participam na organização e gestão do espaço e materiais, o espaço é sentido como delas e define – se como mais um factor responsável pelo sucesso educativo desejado.
Estruturação dos espaços

O espaço está organizado em cinco áreas: área da matemática; área de leitura e escrita; área das ciências; área da organização e da pilotagem e a área das Expressões.

Estruturação dos tempos

A primeira actividade diária a desempenhar com a participação directa dos alunos é a elaboração do plano diário e, no final de cada dia, encerra – se com um breve balanço das actividades realizadas.

Tendo em conta o contrato educativo já estabelecido, decorrente da apresentação do currículo sob forma de listagem de competências e conteúdos, existem tempos estruturantes do currículo que a professora apresenta nos primeiros dias e que se tornam em rotinas de trabalho. São eles: as reuniões de Conselho de Cooperação da turma; o trabalho em projectos; o tempo das comunicações; o trabalho de estudo autónomo, o Ler, contar e mostrar.
A estes tempos de desenvolvimento das aprendizagens, juntam – se outros com uma dimensão mais variável, que é o caso dos tempos para trabalho de texto, para sessões colectivas de Matemática e para sessões colectivas de Expressões.
A par de tudo isto, a planificação semanal, esta definir – se – à em forma de agenda semanal, negociada com os alunos no início de todas as semanas e avaliada no final destas.

Conselho de Turma

O início das actividades de cada dia faz – se em conselho de turma, onde cumpridas algumas tarefas importantes para o desenrolar do trabalho diário, realiza-se o ler, contar e mostrar, seguido da elaboração do plano diário. É um tempo de aproximadamente meia – hora. Cada dia encerra, igualmente, com outro momento de Conselho em que se avalia o trabalho realizado diariamente.
Na segunda – feira, o Conselho prolonga – se um pouco mais já que, são distribuídas as responsabilidades, planeada a semana e negociados alguns lugares onde se sentam os alunos.
Por fim, à sexta – feira o Conselho prolonga - se também um pouco mais, devido à avaliação do plano individual de trabalho, leitura da acta anterior e do diário de turma.
Este último instrumento, colocado semanalmente ao acesso de todos e organizado em quatro colunas (gostei, não gostei, fizemos e sugestões), serve, sobretudo, para os alunos e professora registarem ocorrências positivas e negativas, realizações colectivas e individuais, e igualmente, propostas variadas.
Neste sentido, chegada a sexta – feira e com uma disposição do espaço apropriado, com a gestão do presidente e do secretário e com o apoio discreto da professora, é debatido o que ficou escrito sem lugar para julgamentos, mas sim para que, em consenso, se decidam as regras de vida e orientações a tomar de futuro.

Tempo de Estudo Autónomo e Trabalho de Projecto

Como tempo forte de diferenciação cooperada do ensino e dos modos de aprendizagem, no trabalho de estudo autónomo, os alunos guiam – se por um plano individual de trabalho planificado no início de cada semana. Nele regista – se a previsão das actividades de estudo, de treino e de produção, tendo em vista as necessidades de cada um na aprendizagem do currículo escolar. Ao longo da semana, consoante o realizado, as crianças vão dando baixa das actividades e a professora, através de um processo de ensino interactivo, apoia os alunos que revelam dificuldades em determinadas áreas de aprendizagem. No final da semana, após a contabilidade das actividades realizadas, cada aluno regista a sua auto – avaliação e, em Conselho de Cooperação, ajuíza – se o trabalho realizado e definem – se orientações a ter em conta nos planos da semana seguinte. Cruzando com os outros instrumentos de pilotagem e, sobretudo, através da análise constante do domínio de cada um dos conteúdos e competências do programa, negoceiam – se também as parcerias e apoios necessários.
Logo que as crianças dominaram minimamente a escrita, foi introduzido um Plano Individual de Trabalho, elaborado no início da semana, tomando em conta o Plano Semanal.
O trabalho em projectos realiza – se duas a três vezes por semana, a pares ou em pequenos grupos de três alunos que se agrupam livremente. Decorrem do programa curricular de Estudo do Meio e ou de necessidades e problemas encontrados. A professora apoia rotativamente todos os grupos até à fase de preparação da comunicação à turma. Esta realiza – se num tempo próprio em que os responsáveis do projecto, dinamizam a apresentação da informação de forma o mais interactiva possível, por exemplo, em formato de debate, para que se atinge o desejado sucesso nas aprendizagens por parte de toda a turma. A professora intervirá consoante o grau de autonomia do grupo e, sobretudo, após a comunicação, clarificará, por exemplo, alguma informação em género de resumo.

Sessões colectivas

Por sessões colectivas entendam – se, desde já, por tempos de actividade complementar do desenvolvimento curricular.
A revisão de texto ocorre em três tempos de uma hora cada e define – se como um momento importante de apoio ao desenvolvimento da escrita. Trabalha – se sobretudo a organização textual e o estudo da gramática. Todas as semanas é elaborado um texto de um aluno no quadro e em interacção, são registadas todas as descobertas e sugestões a realizar no texto em causa. Num segundo momento, o texto é passado no computador e é colado no caderno de leitura de cada um. As crianças realizam igualmente uma ficha de consolidação construída pela professora que também colam no referido caderno de leitura.
Nas sessões colectivas de Matemática, a partir da consulta do programa, a professora propõe o trabalho de alguns conceitos e ou competências a desenvolverem. Privilegiando sempre a comunicação das representações prévias das crianças, o trabalho a pares desenvolvido, a respectiva comunicação e o debate. Por outras palavras, tenta – se que sejam momentos de trabalho o mais interactivo possíveis, onde se esclareçam dúvidas e se construam conceitos de forma mais significativa possível. Apelando sempre à capacidade de problematização dos alunos.

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