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quarta-feira, 12 de maio de 2010

Hora do Conto: O Nabo Gigante

Na hora do conto lemos a história do Nabo Gigante no recreio da nossa escola. Esta história lembrou-nos a nossa horta. Enquanto a Eunice lia, todos nós tinhamos uma personagem para representar o conto. A professora Isabel estava com a sua turma na horta. Convidámos a professora e os seus alunos a assisirem ao nosso teatro.
Divertimo-nos muito e ficámos a conhecer esta história que aqui vos deixamos. Esperamos que gostem.

O Nabo Gigante

Numa aldeia, á beira de uma montanha, havia uma pequena casa coberta de musgo. Junto da casa havia uma horta.
Na horta havia uma laranjeira que dava laranjas muito doces, um Limoeiro que dava Limões muito grandes, uma cerejeira que dava cerejas brancas, três videira que davam enormes cachos de uvas saborosas, uma capoeira que tinha galinhas, galos, perus, codornizes e patos.
Na horta também havia um tanque. Por cima do tanque, havia uma bica que deitava água sempre muito fresca durante todos os dias do ano.
Na casa viviam duas pessoas: um velho, muito velhinho, magro e baixinho; e a sua mulher, alta, gorda e velhota.
O velho, muito velho, magro e baixinho, desde menino que sachava, semeava, regava, mondava, colhia e comia o que a terra dava. E também repartia com as galinhas, os galos, os perus, as codornizes e os patos que viviam na capoeira.
Um ano, quando os primeiros dias da primavera trouxeram sol e calor, os pássaros começaram a voar sobre a terra à procura de raízes finas, pernas, trapinhos e erva seca. Coisas leves que levavam no bico para cima das árvores, para os buracos dos muros, para os telhados e para os beirais para aí construírem os ninhos. Caminhas fofas onde haviam de por e chocar os ovos para que outros passarinhos nascessem bem protegidos e agasalhados.
E o velho, muito velhinho, levantou-se muito cedo, tomou o pequeno-almoço e foi trabalhar para a horta.
Com um ancinho espalhou o estrume sobre a terra e cavou-a com a sua enxada muito velha muito pesada, muito usada. Transpirado, tirou do bolso das calças um pacotinho de papel amarelo. Dentro do pacotinho, havia sementes, de nabo que ele semeou no chão cultivado delicadamente, com muitos vagares e muito Amor. Depois cobriu as sementes com terra e regou-as com água do tanque e, antes de se ir embora, disse assim:
-Façam favor de crescer, está bem?! Os dias passaram muito devagar, os passarinhos nasceram nos ninhos e começaram a pedir comida aos pais que voavam todo o dia, muito atarefado.
O sol aquecia a terra e fazia desabrochar as folhas e as flores das árvores. As sementes de nabo, bem estrumadas, bem regadas e bem mondadas transformaram -se em pequeníssimos rebentos verdes, e mais tarde em plantas grandes, com enormes folhas.
Numa tarde, o velho, muito velhinho, descobriu que no seu nabal havia um nabo que crescia muito mais que os outros. Ficou curioso contou à mulher e todos os dias, mal acordava, corria para a horta ver o que tinha acontecido ao nabo. E ficava muito espantado: o nabo cada vez estava maior que os outros.
O nabo ia crescendo, crescescendo e já não era duas vezes, nem três vezes, nem quatro vezes, nem cinco, nem dez vezes maior O nabo era gigante. Tinha a mesma altura do velho e continuava a crescer de hora a hora de dia a dia.
Como o nabo já estava a incomodar as alfaces, os tomates, os pepinos, as abóboras e as couves que serviam para fazer caldo verde, a mulher do velho, muito velhinho disse-lhe assim:
- Marido é preciso ir á hora arrancar o nabo gigante!
- Boa ideia – disse o velho, muito velhinho.
- Vou tirá-lo da terra imediatamente! Não demoro nada.
O velho, muito velhinho foi para a horta, agarrou-se muito bem ao nabo gigante e puxou-o um bocadinho. Mas o nabo não se mexeu. O velhinho puxou outra vez, mas com muito, muita, muita força, Mas o nabo não se mexeu.
O velhinho resolveu chamar a mulher para o vir ajudar. A velha veio, puxou o velhinho e o velhinho puxou o nabo. Fartaram-se de puxou, mas o nabo não se mexeu.
A velhota resolveu chamar uma menina, que vivia lá perto. A menina puxou a velhota a velhota puxou o velho e o velhinho puxou o nabo Fartaram-se de puxou mas o nabo não se mexeu.
A menina resolveu chamar o irmão que andava a brincar. O rapaz puxou a menina a menina puxou a velhota, a velhota puxou o velhinho e o velhinho puxou o nabo.
Fartaram-se de puxar, mas o nabo não se mexeu.
O rapaz resolveu chamar o seu cão que era grande, meigo e muito forte. O cão veio a correr para ajudar a tirar o nabo. O cão puxou o rapaz, o rapaz puxou a menina, a menina puxou a velhota, a velhota puxou o velhinho e o velhinho puxou o nabo.
Fartaram-se de puxar, mas o nabo não se mexeu
O cão ladrou a um gato e o gato veio a correr para ajudar a tirar o nabo o gato puxou o cão o cão puxou o rapaz o rapaz puxou a menina a menina puxou a velhota a velhota
Puxou o velhinho e o velhinho puxou o nabo fartaram – se de puxar, mas o nabo não se mexeu.
Então o gato pôs-se a miar e apareceu um rato muito pequenino. O rato puxou o gato, o gato puxou o cão.
O cão puxou o rapaz, o rapaz puxou a menina a menina, a puxou à velhota a velhota puxou o velhinho e o velhinho puxou o nabo. Puseram-se a puxar a puxou e de repente o nabo saiu.
O nabo saiu da terra com tanta velocidade que o gato caiu sobre o rato, o cão sobre o gato, o rapaz sobre o cão, a menina sobre o rapaz a velhota sobre a menina, o velhinho sobre a velhota, e o nabo ao lado de todos.
A velhota, que era uma grande cozinheira, cortou o nabo em pedacinhos e fez um cozinhado muito apetitoso, muito saboroso. O velhinho e a velhota não o comeram sozinhos. Nessa noite tinham muitos convidados sentados à mesa:
O rato, o gato, o cão, o rapaz, a menina, a velhota e o velhinho deliciaram-se a comer um fabuloso cozinhado de nabo gigante.

Contos Tradicionais
Recontados por António Mota
Ilustrações de Pedro Pires
Editora: Gailivro

3 comentários:

  1. Foi muito jiro o nosso tiatru que fizemos achei muito engraçado e divertido espero que fassemos mais tiatrus divertidos .
    Adeus e ate segunda.

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  2. Como gostámos muito da história hoje começamos a fazer o guião da nossa peça de teatro: O Nabo Gigante!
    Até breve!
    Um beijinho dos teus colegas especial para ti Laryssa!

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  3. O conto foi muito bem enrequecido e criativo, muito proveitoso.

    Nos leva a refleti sobre a importancia da solidariedade;nas nossas vidas precisamos nos ajudar mutuamente.
    QUE SUA MENTE SEJA SEMPRE ILUMINADA!

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